A DENTISTA

DENTES DE PIRANHA

Muito interessante a biodiversidade humana.
Gosto é gosto e não se discute!






Um entra com a faca, a pedra e as mãos. O outro, com a boca aberta e alguma dose de coragem. Pacientemente, bate-se a pedra nas costas da lâmina, cujo fio está encostado no esmalte dos dentes até que os quatro incisivos superiores da outra pessoa fiquem completamente pontiagudos. Quando tinha 14 anos, o índio caingangue Fernandes Lourenço, hoje com 36 anos, achou que já estava na hora de seguir o conselho do tio. Fernandes é um dos pouquíssimos moradores da Reserva Indígena de Queimadas, em Ortigueira (Campos Gerais do Paraná), que ainda carrega essa característica. 
“Foi meu tio que fez pra mim. Ele disse que desse jeito ia demorar mais para cair, além de ser bonito”, conta o rapaz.